Na 1ª vez que corri, fiz 50 minutos. Um exagero para a minha condição física, idade e características individuais.
Um erro consequente da minha inexperiência, e indo contra o conselho técnico dos meus amigos que já corriam há uns anos. Acabei o treino a coxear.
No dia seguinte mal podia andar, mas ainda o pior foi ter gasto quase por completo a sola dos...pés! Sim dos pés! É que achei que devia correr descalço. Adepto da vida saudável e amigo da natureza, achei que o mais natural era correr descalço.
Também até hoje ainda não encontrei umas sapatilhas que se adaptassem às minhas extremidades (pés). Por isso continuo a correr descalço. Com a continuação acaba-se por formar um calo bastante resistente.
Nunca participei em provas. Nem sei se gostaria. Parece-me muita confusão, demasiada gente, trânsito, betão e poluição. Prefiro treinar no pinhal, quase sozinho, na companhia dos pássaros, coelhos, árvores e mais alguém. Quase todas as manhãs, lá pelas 5:45 hrs, lá ando eu correndo à minha maneira no meio da natureza.
O mais giro que me aconteceu nestas aventuras foi numa certa manhã ter encontrado uma linda fêmea passeando pelos mesmos caminhos. Ela mostrou-se receptiva e lá fomos os dois dar uma voltinha juntos. Deixou-me doido a miúda. Esqueci-me completamente das pessoas queridas que tinha em casa à minha espera, esqueci-me do treino e desaparecemos os dois pelo matagal. Depois...ela foi à vida dela e eu dei por mim perdido no pinhal. Desorientei-me e já nem sabia o caminho para casa onde as pessoas que mais me querem já estavam certamente preocupadas. Voltas e mais voltas e lá dei com o caminho.
Que alívio! Que felicidade ser de novo abraçado por quem mais amo! Mas confesso que não sei se me serviu de emenda...
Ah... Falta dizer que me chamo Dipsy e que em muitos dias é graças a mim que a minha dona se levanta de madrugada para ir correr. A propósito, sabem que os vossos amigos peludos de 4 patas podem muito bem ser uns óptimos companheiros de corrida? Mas não se esqueçam que temos de levar identificação connosco para o caso de termos uma aventura parecida...
Ana Pereira, 2001